sábado, 24 de setembro de 2011

Me fez pensar:

                         
A perfeição não é alcançada quando não há mais nada a ser incluído, mas sim quando não há mais nada a ser retirado.

Antoine de Saint-Exupéry.

Das coisas que traduzem o meu momento.

Não existe explicação para ser tomado de amor, alegria e gratidão. Um dia, simplesmente, as coisas fazem sentido, principalmente situações aparentemente desagradáveis do passado. Então você percebe que quando não conseguia andar, é porque estava aprendendo a ficar parado pra pensar mais, observar mais, cuidar de outras coisas que estavam sendo negligenciadas pela sua falta de tempo. A gente corre demais o tempo todo, mas isto não faz o nosso dia maior, isto só faz o nosso dia ser mais cansativo e nos empobrece. Por isso as pessoas perdem a beleza da segunda-feira porque passam as horas todas da semana esperando a sexta. E pouco se dão de prazer quando chega o final de semana, porque além de tudo, se deprimem no domingo. Há tanto a ser vivido de maneira mais leve, mesmo dentro desse turbilhão de trabalho e estudo e corrida pra ver quem acumula mais bens materiais. E todos esquecem que o corpo pede um olhar mais minucioso, os dias pedem mais admiração, as pessoas são mais importantes que as coisas e os acontecimentos são aprendizados, eternos aprendizados. As pessoas estão esquecendo que têm o direito à escolha e que cada um tem que passar por todas as estações do ano. Tenham sensibilidade para que a arte, por exemplo, penetre verdadeiramente o coração de vocês. Tenham consciência que a espiritualidade é um ato de amor e liberdade. Tenham vontade de alegrias cotidianas se dando um pouco mais de mordomia emocional quando tudo está dando "errado". E exerçam o egoísmo vezenquando. Se colocar nos 5 primeiros lugares vai te fortalecer ao ponto de poder, um dia, ajudar verdadeiramente alguém, ou amar sem posse, ou estar feliz sozinho, ou...(complete a frase).

Neste momento, não tenho nada a dar a ninguém. Tenho uma energia concentrada na mudança que quer que eu saia da zona de conforto e cresça. Isso é muito difícil e solitário, não achem que seja apenas egoísta. Mas estou me dedicando ao processo com uma disciplina que nunca tive. Entendam, eu tenho amor sobrando em mim e poderia fugir do meu processo. Mas a proposta é cuidar do que foi negligenciado por tanto tempo.Um dia eu voltarei pra todo mundo que me queira como companhia, mas agora sou eu quem escolho quem vai participar do meu ESPAÇO SAGRADO DE DENTRO.

domingo, 18 de setembro de 2011

Meio sem assunto pra vocês.


Tenho um amigo muito peculiar que usa o termo "sem graça" quando precisa dizer que está sem graça. É peculiar mesmo. Eu me senti sem graça agora, e lembrei disso. Tipo, sem assunto, sem… graça nenhuma. Não consigo dizer nada de valor, não consigo fazer um desenho nem me concentrar no trabalho. Deve ter alguma droga pra isso. Ilícita, não sei. Mas o fato é que o termo é exato: sem graça.
(Eu tinha umas coisas importantes pra compartilhar quando lembrei do blog agora a pouco, tinha mesmo. E quase não me lembro delas de tão importantes. É estranho).
Depois que comecei a escolher viver mais, passo o tempo avaliando o quão razoáveis, ou não, são as coisas na minha vida. Cheguei à conclusão de que é incrivelmente razoável que eu esteja "sem graça" agora. Todos os fatores externos contribuem para isso.
Eu só consigo pensar que frozen yogurt de chocolate tem gosto de sorvete de chocolate. E que é realmente estranho eu ficar feliz pela tristeza de alguém (mas explico de imediato que tristeza não deixa de ser um sentimento, e esboçar sentimentos, mesmo os mais simples, nunca foi especialidade dessa pessoa, por isso a felicidade). Também tô pensando em cinza avermelhado. Na chuva que dizem que está chegando...

sábado, 17 de setembro de 2011

Das coisas do cotidiano.


                               
Uma vez eu li um livro (Grogue, do Toni Brandão, recomendo) que dizia alguma coisa sobre ouvir a mesma música varias vezes ser uma forma sutil de esquizofrenia. Lembrei disso agora porque passei a semana toda gritando que dentro do meu coração cabe uma penteadeira. E como estou numas de me perguntar o porquê de tudo fiquei aqui imaginando porque me aproximei tanto da esquizofrenia nesses últimos três dias. É uma estrofezinha que se repete por 6 minutos e ecoa na cabeça por dias… A banda mais bonita da cidade apaixona. Apaixonou 22.515 pessoas entediadas do Facebook. Fez burburinho no mundo do trabalho. As pessoas não curtem que venham bulir no seu tão amado mundo cinza do trabalho: "coisas manjadas", "parece Beirut", "parece Belle & Sebastian" "tem todos os ingredientes básicos do 'ame ou odeie' ".
Eu, que não entendo nada de nada e posso dizer com propriedade nesse assunto "nada com nada", acho que sentimos uma falta tremenda de colocar a saia rodada, e cantar sobre amor com os amigos num tom sépia, vivendo novamente em plano sequência. Fazia tempo que não vivia em plano sequência. Porque parece que vivemos em takes. De repente vem alguém e grita "corta!". Corta pro chuveiro, corta pro trem, corta pra faculdade, corta pro trabalho, corta pro travesseiro. É o desperta-dor chamando. Pronto, acabou teu dia, companheiro.
Acho que no fundo, todo esse amor é uma mostra de nostalgia coletiva. Saudade de alguma coisa lá atrás que a gente não sabe bem o que é, mas, que bem lá no fundo, sabe muito bem o que é. Disseram que o mundo ia acabar e 22.515 pessoas ficaram com vontade de colocar no coração tudo o que não cabe na dispensa.
Às vezes, você não vive. Você não percebe, mas o que você vem fazendo é SOBREVIVER. Uma sobre-vida. Vivendo de sobras. As sobras dos outros pra você, conformando-se em ter relações superficiais nas quais ninguém se machuca e ninguém é feliz também. E você se conforma com a cartela de cores que o cotidiano impõe (nos edifícios cinza, nas malhas em tons de roxo e no verde-pálido de quem nunca vê sol). E você nem reclama da programação de domingo da tv. Seu domingo é nulo, não é dia de nada, não é dia de ninguém. Talvez do Faustão. Você vai se contentando com o sanduíche no trem e com o suco de caixinha. Se esquece do gosto da lasanha, porque só faz lasanha se for no microondas. Acostuma com o mundo do trabalho e da produtividade, sem descansar. Você chega a se contentar com a pouca intimidade que tem com seu próprio travesseiro. Que não ouve nem seus problemas, nem suas soluções, quanto mais os seus sonhos…
Aliás, quanto tempo faz que você não sonha à cores?

domingo, 11 de setembro de 2011

Eu não existo longe de você.

                              
Hoje tá faltando, não teve, ficou pra depois o momento que eu mais espero, é esse finalzinho de dia. A hora que eu valido a minha existência com a sua atenção. A hora que eu represento o mundo para a única platéia que me interessa. A hora que eu me irrito um pouco, porque faz parte. E então tudo isso que pensei e vivi ganha um motivo maravilhoso e digno que é virar imagem no seu ouvido. Virar realidade. Agora fico aqui me perguntando se eu existo mesmo. Porque se não me conto pra você, o que eu sou? Pra que serve?