E nossa história é meio do avesso. Teve um meio, depois um começo e já teve vários "fins". A gente vive se perdendo em brigas tão sem nexo e depois se achando em reconciliações que pertubariam a ordem de Roma. Gosto quando você se incomoda com meu silêncio e diz: "Que foi? Não fica quieta não...", teu jeito de perguntar se tomei meu antialérgico, se coloquei uma blusa . E que você não use isso como álibi, mas adoro quando perde a paciência comigo, quando fica nervoso, quando se irrita, adoro só pra te ver lutando contra a vontade de me puxar e me beijar, de se entregar, de mostrar que a gente não nasceu pra ficar com raiva um do outro, que a gente nasceu pra se amar. E quando você chegou, trouxe junto na bagagem algo tão intenso que cegou o passado, ele pouco importa, tudo que veio antes ficou lá, no antes... e a gente tá aqui, construindo nosso depois. Com dificuldades, óbvio, e não poucas... mas quando tudo escurece, quando tudo parece perdido, eu suspiro e digo: quero você... e você responde: eu quero você mais ainda. Tudo volta a ser colorido. Mas sabemos que o cinza volta, que ele é companheiro fiel dos dias. Mas quando ele insistir em permanecer por muito tempo, a gente vende uns discos e compramos tinta guache... pintamos as paredes de laranja, e assim, vai estar sempre amanhecendo, colamos umas estrelas no teto pra quando quisermos que todo dia seja noite e faremos um sol com carinha feliz, igual nos desenhos animados. A gente pode passar pela amargura de forma doce e sublime. Se a gente tiver a gente. O resto é supérfluo. Provamos que podemos tudo, quando provamos que podemos ser tão um, sendo tão dois. E adoro quando ocorre a unificação. Tão eu, tão sua!
Fernanda Gregório, uma doçura que arde em forma de gente, adaptado.
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